Duas das principais agências espaciais do mundo — a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA) — confirmaram o registro da aproximação do cometa interestelar 3I/Atlas, um objeto considerado mais antigo que o próprio Sistema Solar.
O cometa foi fotografado pelo telescópio espacial Hubble em 30 de novembro, quando estava a cerca de 286 milhões de quilômetros da Terra. Segundo a NASA, o registro exigiu um rastreamento preciso, já que o cometa se desloca rapidamente em relação às estrelas de fundo, que aparecem como rastros luminosos nas imagens.
Apesar da aproximação, a agência norte-americana garante que não há qualquer risco para a Terra. A distância mínima estimada será de aproximadamente 270 milhões de quilômetros, considerada totalmente segura.

Um visitante de outro sistema estelar
O 3I/Atlas foi detectado pela primeira vez em 1º de julho, pelo sistema Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (ATLAS), instalado no Chile e financiado pela NASA. Ele é apenas o terceiro objeto interestelar já identificado cruzando o Sistema Solar.
Antes dele, apenas dois haviam sido registrados:
  • 1I/‘Oumuamua, em 2017
  • 2I/Borisov, em 2019
Objetos interestelares são corpos celestes que não se formaram ao redor do Sol, mas em outros sistemas estelares, sendo verdadeiros “mensageiros cósmicos” de regiões distantes da galáxia.

Mais antigo que o Sistema Solar
Com base na trajetória e na velocidade do 3I/Atlas, astrônomos da ESA estimam que ele seja cerca de 3 bilhões de anos mais antigo que o Sistema Solar, que possui aproximadamente 4,6 bilhões de anos.
Isso faz do 3I/Atlas possivelmente o cometa mais antigo já observado pela humanidade, oferecendo uma oportunidade rara de estudar material primordial de outras regiões da galáxia.

Observações também pela sonda Juice
Antes mesmo do Hubble, a sonda JUICE (Jupiter Icy Moons Explorer), da ESA, já havia registrado o cometa em 2 de novembro, utilizando cinco de seus dez instrumentos científicos.
Embora a câmera utilizada não tenha resolução científica avançada, os registros permitiram identificar:
  • Uma coma brilhante de gás envolvendo o núcleo
  • Uma cauda de plasma, formada por gás ionizado
  • Uma cauda de poeira, composta por partículas sólidas
A maior aproximação da sonda com o cometa ocorreu em 4 de novembro, a cerca de 66 milhões de quilômetros.
Os dados completos das observações só devem ser analisados em profundidade entre 18 e 20 de fevereiro de 2026, mas os cientistas já consideram o material extremamente valioso para compreender a formação de sistemas planetários fora do nosso.

Uma janela para a origem do universo
O estudo do 3I/Atlas pode ajudar a responder perguntas fundamentais sobre:
  • A formação de estrelas e planetas
  • A composição química de outros sistemas estelares
  • A evolução do material primordial da galáxia
Mais do que um simples cometa, o 3I/Atlas é visto pelos cientistas como uma relíquia cósmica, viajando há bilhões de anos até cruzar, brevemente, o nosso caminho.

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