De acordo com o levantamento “Consumo em Tempos de Inflação e Repriorização”, 95 % dos entrevistados perceberam aumento nos preços dos supermercados entre outubro de 2024 e outubro de 2025, e 55 % acreditam que essa alta ainda vai persistir.
Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, aponta que a elevação dos preços força o consumidor a agir com mais cautela. “A renda do brasileiro está cada vez mais apertada. Com isso, as pessoas passaram a planejar melhor as compras e reduzir os gastos por impulso”, afirma. Ainda segundo ele, os carrinhos são, hoje, preparados com base em listas previamente definidas, com foco nos itens essenciais.
Do luxo ao básico: o novo padrão de consumo
O estudo revelou ainda que muitos produtos antes vistos como “mimos” estão sendo repensados pelos consumidores. 73 % declararam que têm produtos que consideram indulgências, mesmo com o orçamento apertado — entre eles, 45 % mantêm o consumo de chocolates, e 19 % seguem comprando bebidas alcoólicas.
Além disso, quando questionados se voltariam a consumir suas marcas anteriores se os preços retornassem aos níveis anteriores, 63 % disseram que sim.
Setores mais afetados e marcas próprias em ascensão
Os segmentos mais atingidos pelas substituições são:
- Produtos de limpeza: 68,86 % substituições
- Higiene pessoal: 57,06 %
- Alimentos e bebidas: 53,77 %
- Carnes e derivados: 53,04 %
- Cosméticos: 29,20 %
- Ovos e laticínios: 28,71 %
Esse movimento abre espaço para que as marcas próprias das redes supermercadistas ganhem relevância, oferecendo alternativas mais compatíveis com o bolso do consumidor sem perder competitividade.
Perspectivas e desafios para o fim do ano
Com a chegada das festas de fim de ano, o cenário pode mudar temporariamente. Rosadas avalia que o simbolismo das celebrações poderá levar consumidores a retomar certos produtos considerados especiais, mesmo com o orçamento limitado. A pesquisa indica que 60 % dos entrevistados pretendem manter compras nas festividades, embora 51,3 % planejem gastar menos e 24 % não prevêem mudança no consumo festivo.
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