Um dos animais mais enigmáticos do mundo reapareceu em um local onde não era visto há quase 150 anos. Cientistas confirmaram o reencontro com o caranguejo-dos-coqueiros (Birgus latro) na ilha de Car Nicobar, na Índia — um achado extraordinário, visto que o último registro oficial da espécie naquela região datava de 1874.
A descoberta foi publicada no final de maio na Journal of Threatened Taxa, após ter sido realizada por um grupo de espeleólogos, pesquisadores especializados em cavernas e estruturas subterrâneas naturais. O animal foi localizado em abril do ano passado, durante uma expedição a uma caverna da ilha.
O maior artrópode terrestre do mundo
O caranguejo-dos-coqueiros impressiona por seu porte: é considerado o maior artrópode terrestre do planeta. A espécie pode atingir até 90 centímetros de diâmetro, pesar cerca de 5 quilos e viver por até 60 anos. No caso recente, o espécime encontrado era um macho adulto com cerca de 1,2 quilo e 13 centímetros, tamanho ainda modesto em relação ao seu potencial máximo.
O animal foi flagrado em uma fenda rochosa cercada por cocos e lixo doméstico. Segundo os especialistas, o local provavelmente atraiu o caranguejo devido à abundância de alimento — a espécie se alimenta de frutos, como cocos, e restos orgânicos. Embora esteja presente em outras ilhas do oceano Índico e Pacífico, o caranguejo é noturno, o que dificulta encontros com humanos.
Redescoberta reforça importância da conservação
A presença da espécie em Car Nicobar após mais de um século é considerada um indicativo de que ainda há hábitats minimamente preservados na ilha. Ao mesmo tempo, a descoberta alerta para a necessidade de conservação desses ambientes, já que o acúmulo de lixo no local onde o animal foi encontrado também revela a influência da atividade humana em seu ecossistema.
Outro gigante dos mares também foi avistado
A redescoberta do caranguejo-dos-coqueiros ocorre pouco tempo depois de outro encontro impressionante no mundo científico: a observação da rara lula bigfin (Magnapinna pacifica), registrada por pesquisadores do Centro de Pesquisa de Mar Profundo Minderoo-UWA, na Austrália. A lula foi filmada nas profundezas da Fossa de Tonga, o segundo ponto mais profundo da Terra. Seus tentáculos, que podem atingir até oito metros, e sua aparência exótica impressionaram os cientistas e o público.
Um lembrete da vastidão (e mistério) da natureza
A aparição de criaturas como o caranguejo-dos-coqueiros e a lula bigfin mostra que ainda há muito por descobrir sobre os oceanos e ambientes pouco explorados da Terra. Esses achados reforçam a importância de pesquisas científicas e da conservação ambiental como pilares para preservar espécies raras — e compreender melhor o mundo natural que nos cerca.
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